Hoje eu tive um pesadelo. Apesar do medo e da angustia que eu sinto
tendo um sonho ruim, eu gosto porque esses sonhos são mais
marcantes.
Eu estava numa festa dançando e me divertindo horrores, com
um amigo e uma amiga. Lá nessa festa tinham uns grupos de
pessoas, que no sonho eu defini mas agora não me lembro.
Depois da festa eu e meus amigos voltamos para casa, e resolvemos
cherar cocaína, apesar de eu nunca ter feito isso antes,
fiquei empolgada na hora. Cherei umas filas, e fui pro quarto
dormir (com o efeito da droga não consegui, e fiquei
lembrando da festa, empolgada) quando amanheceu, abri a minha
janela e vi quadro cadaveres. Eram uma pessoa de cada grupo,
fincadas em cercas que rasgaram o peito de cada uma. Elas ficavam
numa posição que da minha janela parecia que elas me
olhavam... Cheias de sangue, cada uma de um lado formando um
quadrado. Foi bem assustador... Então eu me dei conta que eu
seria suspeita. A forma que colocaram eles, perto da minha casa,
olhando para minha janela... E foi isso que aconteceu.
Começaram a me investigar, eu fui pra aula no dia seguinte e
todos comentavam nos corredores, gente que eu nem conhecia falava
de mim, eu só ouvia o Juíz Felipe vai decidir a
sentença hoje... na boca de todo mundo. Tiveram umas meninas
que falavam disso, e quando eu passei me olharam em silêncio.
Eu sorri pra elas, e elas ficaram paradas enquanto eu passava.
Depois virei para elas e finji atirar nelas com as mãos, e
elas ficaram me olhando assustadas.
Eu sabia que não era eu, mas também sabia que era
inutil continuar afirmando isso. As pessoas achavam que tinha sido
eu e não adiantaria reclamar nisso. Quando cheguei em casa,
tive que explicar para minha mãe; eu contei para ela que eu
tinha saido, bebido, cheirado, -o que deixou ela triste- mas que
não tinha matado ninguém. Eu estava desesperada
querendo que pelo menos ela acreditasse em mim.
Depois fui para uma instituição psiquiatrica porque
julgaram que eu matei porque não tinha estabilidade mental.
O que de fato eu não tenho, nem no sonho nem na realidade.
Eu achei que era ruim ir pra esse manicomio por esse motivo, afinal
eu deveria estar no manicomio por outros motivos, como a minha
personalidade lmitrofe, não assassinato.
Lá era como uma escola aonde o Psiquiatra era o
professor, todos estavam juntos, e nenhum parecia demente, mas
todos eram como eu perturbados em algum sentido. Ele perguntou
alguma coisa que era bem profunda (se eu tinha sido abusada), que
eu respondi com outra pergunta (não, mas isso não
justificaria eu estar aqui certo?), - o que eu percebi seduziu ele
- e ele insistiu tentando descobrir o que me perturbava. Eu que
estava carente, e cansada de ser julgada contei para ele na frente
de todos, tudo. Não sei o que eu contei, mas eu me senti no
sonho como se vomitasse tudo que eu coloco pra dentro, engulo
quieta.
Depois eu estava no Juri, Eu sentei cruzei os braços na mesa
e deitei minha cabeça em cima, Eu tinha desistido de falar
que não tinha sido eu, e até achava que poderia ter
sido por efeito da droga e depois eu me esqueci.
Mas o Juíz começou a mostrar as
evidências,e ele mencionou uma meia, minha *descobriram que
era minha fazendo investigações cientificas, imagina
um crime de assassinato brutal daquele, o impacto que teve. Nisso
eu peguei um papel e comecei a escrever. Eu comecei a juntar as
peças na minha cabeça e descobrir quem tinha armado
isso pra mim. Era minha amiga, que estava comigo na balada. Eu
chamei o advogado que pediu um recesso e mostrei para ele minhas
anotações. Enquanto eu falava com ele, ela passou e
me deu um abraço, dizendo que torcia por mim. Eu nessa hora
me senti mau por ter culpado ela, mas as evidencias eram claras,
ela estava dissimulada.